quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Le Cordon Bleu - meu primeiro dia!


Estudar na Le Cordon Bleu para mim é muito mais do que aprender a cozinhar. Durante muito tempo foi um sonho distante e impossível. E diante de tantas voltas que a vida dá, cá estou eu, sentada no sofá, escrevendo sobre meu primeiro dia neste curso incrível. Para mim é uma emoção, um marco na minha história, um dia que eu nunca mais vou esquecer.

Para quem não sabe, a Le Cordon Bleu é considerada a melhor escola de gastronomia do mundo. Fundada em 1895 em Paris, hoje a escola possui mais de 40 unidades em 20 países. Só aqui na Austrália são 3: Sydney, Melbourne e Adelaide.

Como vocês podem imaginar, a expectativa era alta, bem alta. E eu detesto quando isso acontece. Costumo dizer que o que estraga a vida é a maldita da expectativa. Porque se não temos expectativa, tudo é lindo, tudo é feliz. Mas a danada sempre vem, principalmente quando se trata de algo que é importante para nós. O que acontece? Geralmente as expectativas são muito superiores à realidade, e por mais que algo tenha sido bom ou tenha ocorrido bem, o fato de esperar mais por aquilo acaba com tudo que é positivo.

É muito difícil algo superar as minhas incontroláveis e enlouquecidas expectativas. Minha mente, criativa que só, viaja por lugares absurdamente improváveis.

Mas eis que desta vez, fui surpreendida com algo além do que eu havia esperado. É como é bom ter as expectativas superadas! Vou tentar colocar aqui em palavras tudo que senti e vivi neste dia, mas acho que vai ser praticamente impossível descrever o sentimento. Então quando for ler, imagine alguém muito feliz no meio disso tudo, ok? Esse alguém obviamente sou eu J

O dia começou cedo, 08:30h, e todos nós fomos direcionados a um lounge onde tivemos que nos apresentar formalmente ao curso e retirar o nosso “welcome kit”: uma sacolinha com estojo, caneta, pen drive e bloco de papel, tudo com o logo da Le Cordon Bleu. Depois fomos ao auditório, onde foram feitas uma série de apresentações sobre o curso.


Aqui, uma pausa para dizer como é incrível o preparo deles. Praticamente tudo que você possa imaginar nos foi informado no auditório. Desde as regras de conduta até os horários da biblioteca, dicas de segurança no campus e etc. É simplesmente MUITA informação. Então o que eles fazem? Lhe dão um pen drive, com toda a informação dentro, para você ler com calma em casa.

Quase 11:00h, chegou a hora do tour pelo campus! Aqui em Sydney a Le Cordon Bleu fica dentro de um college chamado TAFE. Ou seja, além das instalações da própria Le Cordon Bleu, nós estudantes podemos utilizar todas as instalações da TAFE. O campus não é muito grande, mas é lindo, com muito verde, muitas áreas ao ar livre, e tudo que um college num país desenvolvido pode lhe oferecer.

Após o tour, um dos momentos mais esperados: a hora que experimentamos nossos uniformes! Ah, que emoção vestir a jaqueta de chef!!! Também foi hora de comprar sapatos apropriados para a cozinha (hahaha, sim, e você acha que pode entrar na cozinha deles com qualquer sapato? rs). Tudo muito bem organizado: você recebe um formulário, preenche, depois experimenta as jaquetas, escolhe o tamanho, e entrega o formulário. Daí eles separam seu kit de uniforme com a jaqueta no tamanho escolhido enquanto você almoça.

Durante o almoço, oferecido pela escola, os chefs (uns 10 mais ou menos) se espalham pelas mesas e sentam com alguns alunos. A conversa é bem informal, e a intenção é realmente nos deixar a vontade e estreitar o relacionamento chef x aluno. Eu achei isso o máximo!

Depois do almoço, de volta ao auditório para mais um ciclo de apresentações. Numa delas, nos é apresentado um website onde estão novamente todas as informações fornecidas nas apresentações, além do acesso a uma rede interna onde podemos baixar arquivos para as próximas aulas e conversar através de chats com outros alunos e professores. Não deixaram de pensar em nada!


Voltamos ao lounge inicial para pegar o kit de livros (quem me conhece, pode apostar que eu já estou devorando todos! E estou mesmo...) e chegamos novamente à sala de uniformes umas 15:30h para pegar o kit de uniformes já montado. Por hoje, recebemos 1 jaqueta, 1 calça, 3 aventais, 3 lenços (para fazer a gravata de chef), 3 panos de prato (bom, eu acho que é pano de prato! Se eu descobrir outro uso, aviso) e 3 flat top caps (um tipo de bonezinho achatado em cima e sem aquela aba da frente). Na primeira aula, receberemos mais 2 jaquetas e 2 calças, formando assim 3 kits completos. E aí você me pergunta: “Mas porque 3?”. Pois bem, são 3 dias de aulas por semana em dias consecutivos (no meu caso, segundas, terças e quartas), e é obrigatório o uso de uniforme limpo TODOS os dias. Ou seja, é um para cada dia. Nos dias de folga, você deve lavá-los, e na semana seguinte, usar os 3 novamente.


E como sempre, o melhor foi deixado para o final: a entrega do tool kit! Imagine uma bolsa de 3 compartimentos, repleta de todos os utensílios que você possa imaginar. Além disso, um set completo de facas alemãs Wusthof com o logo da Le Cordon Bleu gravado na lâmina! Uma chiqueza só!  Não preciso dizer que a primeira coisa que fiz quando cheguei em casa foi estrear as facas!

Por último, diante de tanta informação, tantos kits, tantos amigos novos, tanto tudo, nada me chamou mais a atenção do que a paixão dos chefs pela escola. Os olhos deles brilham. Não havia um desanimado, um chateado, um cansado... Eles realmente amam o que fazem e este amor é percebido por nós, alunos, desde o primeiro contato. É lindo de se ver, e um grande privilégio poder aprender com eles.

Não quero meter a carroça na frente dos bois e falar coisas de forma precipitada. Mas meu coração insiste em me dizer que vai ser muito difícil parar no curso básico. Ele grita aqui dentro dizendo: “este é o caminho!”.  Veremos... J


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Dubai – Jumeirah Mosque



Ok, você chegou em Dubai, e a primeira coisa que lhe chama a atenção são os modelitos usados pelo povo local. Já no aeroporto, dezenas de homens com uma espécie de vestido longo branco completamente fechado e um pano branco e vermelho na cabeça (às vezes todo branco). As mulheres? Todas também com uma espécie de vestido longo, porém preto. Ao invés do pano branco na cabeça, um lenço preto cobre totalmente seus cabelos e, muitas vezes, suas faces. 

Uma boa oportunidade de aprender o porquê que eles se vestem assim, e muito mais sobre a cultura islâmica é visitar a Mesquita de Jumeirah. Todas os sábados, domingos, terças e quintas, as 10:00h da manhã, o SMCCU – Sheikh Mohammed Centre for Cultural Understanding - organiza um tour com a duração de mais ou menos 1 hora e meia, no qual eles explicam os rituais sagrados para as preces, os 5 pilares do islã, os costumes, e muito mais.



O tour custa apenas 10 dirham, ou mais ou menos U$3,00, e não precisa ser reservado com antecedência. A maneira mais fácil de chegar lá é de taxi (muito barato em toda Dubai). Para entrar na mesquita, você tem que tirar os sapatos. As mulheres têm que estar completamente cobertas, ou seja, mangas compridas e saias ou calças compridas. É necessário usar uma scarf para cobrir os cabelos, mas se você não tem uma, não se preocupe, eles lhe emprestam. Para os homens, apenas calça comprida e camisa de manga (mas não precisa ser comprida).

Maiores informações: www.cultures.ae

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Dubai – O complexo Madinat Jumeirah e o restaurante Pier Chic

Um dos lugares mais bonitos que visitei em Dubai foi o complexo de hotéis Madinat Jumeirah. São 3 hoteis da cadeia Jumeirah (que possui outros hotéis em Dubai, inclusive o Burj Al Arab) inteligados por canais que lembram Veneza.  Uma coisa fofa. Na água, barquinhos típicos da região chamados abras fazem o transporte entre as ilhas (teoricamente apenas para hóspedes, mas ninguém pergunta se você é hóspede, então...).


Mas qual é a graça de visitar o lugar, se você não é hóspede? Só para ter inveja de quem é? Não. É que dentro deste complexo tem o Souk Madinat Jumeirah, um mercado de produtos típicos da região, criado como cópia fiel dos antigos souks que você encontra na parte velha da cidade. Tudo bem, é tudo tão arrumadinho que até parece um pouco a Disney. Os preços também não são lá muito convidativos (nos souks originais os preços também são “originais”) e a galera comerciante, mais aculturada com a turistada, não tem muita margem de negociação. Mas vale a pena. Pela beleza do lugar e pela variedade de restaurantes a beira dos canais, todos umas gracinhas.



Falando em restaurante, uma dica é o Pier Chic, que fica no hotel Al Qasr (um dos 3 hoteis do complexo Madinat Jumeirah). O restaurante fica de frente para o hotel, num píer, há uns 100 metros da praia, de cara para o Burj Al Arab (o mais famoso hotel 7 estrelas, construído numa ilha artificial e em formato de vela). A vista é simplesmente linda, e a comida, uma delícia. Não é barato, mas tem uma opção de menu completo com entrada, primeiro prato, prato principal e sobremesa que fica bem mais em conta do que pedir tudo separado.Tem que reservar, apesar de eu ter conseguido a reserva na hora, na recepção do hotel.



Quer uma tarde relaxante em Dubai? Almoce no Pier Chic, depois faça um passeio pelo Souk e os canais do complexo Madinat Jumeirah, e por último, no final da tarde, tome um drink sentado em um dos restaurantes a beira dos canais. Não tem erro.





quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Dubai – Nadando com os Golfinhos no Hotel Atlantis




Dentre tudo o que planejei para Dubai, nada me deixava mais ansiosa do que este programinha: The Dolphin Adventure. Não é a toa que foi a primeiríssima coisa que fiz por aqui. Do que se trata? Você entra numa piscina com no máximo mais 5 pessoas, e 2 instrutores. Daí vem o golfinho, lindo, fofo, quase que abanando o rabo. O que acontece? Ele brinca contigo, deixa você passar a mão na barriga dele, lhe beija, lhe empurra, dança de “mãozinha dada” e no final ainda lhe carrega por uns 30 metros na água. É uma experiência surreal, que vale MUITO a pena.

Custo: AED 890,00, ou aproximadamente U$255,00. Inclui a entrada no parque aquático Aquaventure e na private beach do Atlantis. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Emirates - Na "companhia" do sheikh



Como boa filha de agente de viagens, uma das minhas maiores curiosidades era o tal do vôo da Emirates. Pois bem, desde que a companhia aérea deu seu ar da graça no Brasil, muito se falou sobre o luxo e o conforto A La Dubai. Até um certo misticismo pairava no ar, como se ao invés de embarcarmos no tapete vermelho da Tam, embarcássemos no tapete mágico das mil e uma noites. Estou viajando muito? Sim, foram 14 horas de vôo, mais 1 de atraso, então me dê um desconto. De fato, o vôo é bom sim, melhor do que a média, mas também não é assim o melhor do melhor do mundo. Vamos lá:

Pontualidade: Atrasou. 1 hora. O tempo estava bom e o horário, de madrugada, não permitia nenhum “engarrafamento” aéreo. Erro deles, e não houve uma explicação sequer. Ponto contra.

Conforto: Para os meus amigos ricos que só viajam de executiva e primeira classe, foi mal, mas a amiga pobre aqui foi de porão e portanto não pode exercer opinião sobre os andares de cima. Quanto a econômica, achei o espaço entre as poltronas normal, a reclinação normal, tudo bem normal. Um porém: a configuração das poltronas é 3x4x3 (ok, você não entendeu, titia Carol explica. São 3 poltronas de um lado, 4 no meio e mais 3 no outro lado). E o que isso tem a ver? Para quem gosta de janela como eu, o custo benefício de sentar ao lado de uma delas é péssimo, já que para fazer um simples pipi você tem que pedir licença para dois seres humanos que, se Deus for misericordioso, estarão acordados. Enfim, não dá. 

Entretenimento: Nesse quesito eles realmente mandaram bem. Cada poltrona com sua TV, uma imensa variedade de filmes, seriados, músicas, jogos, informações, e etc. Além da câmera na frente do avião que permite termos a visão do piloto. O máximo. Ponto a favor.

Comida: Não é o feijão com arroz, bife e batata frita lá de casa, mas estava gostosa, o pãozinho não estava gelado, e os talheres eram (pasmem!) de metal! É claro, comida de avião em classe econômica não dá para ser 3 estrelas Michelin, mas deu para raspar tudo e dar tapinha na pança. Ponto a favor.

Serviço: Aeromoças e comissários bem simpáticos, mas fiquei chocada com o fato de apenas uma (isso mesmo, apenas uma!) aeromoça falava português. Meu povo, o vôo é Rio – Dubai. Portanto, é de se esperar que o avião tenha uma quantidade razoável de tupiniquins. Então, COMO ASSIM os comissários não falam português? Isso que alguns inclusive não falavam o árabe, apenas o inglês (e tinha um que nem o inglês, não me pergunte que língua era aquela). Mas apesar dos pesares, não vou dar ponto contra não, pela simpatia e presteza.

No resumo, 2 pontos a favor e um contra. Na real, sou mais a nossa brasileirinha com seu jeito Tam de voar que eu adoro.